Pelo Corredor da Escola

Apontar temáticas do cotidiano escolar é o objetivo primeiro deste blog, na intenção de ser "elo" entre as partes envolvidas (aluno/professor). A reflexão é o nome deste elo, que não só une, mas debate e critica os principais livros do Brasil e do mundo.

Para maiores informações falar com o Prof. Israel Lima

israellima7.4@bol.com.br


domingo, 8 de janeiro de 2012

As Esganadas de Jô Soares (trecho do livro)



A gorda é a última freguesa a deixar o tradicional chá da tarde na confeitaria Colombo. Segue pela Gonçalves Dias em direção à rua do Ouvidor. Sua bata branca é amarelada pela infinita quantidade de molhos e caldos nela derramada. Farelos antiquíssimos apegam-se como náufragos desesperados aos babados da blusa. A gorda é bela. Bela e voraz. À porta da confeitaria, ainda segura meia fatia de torta de morango na mão esquerda, enquanto a direita envolve um enorme éclair de chocolate. A gorda gruda-se àquelas guloseimas como se delas dependesse sua vida. Ela é gorda, bela, voraz e gulosa.
Um dilema a aflige à medida que avança pela calçada estreita demais para ela: deveria terminar primeiro a torta ou, antes, abocanhar o éclair? Seus pequeninos olhos porcinos, indecisos, olham para os acepipes presos firmemente entre seus dedos roliços. Ela é gorda, bela, voraz, gulosa e indecisa.
Finalmente, trêmula e ofegante, numa antevisão gozosa dos prazeres que as ávidas papilas da sua língua sentiriam, a gorda atocha na boca o pedaço de torta. Mastiga e engole automaticamente, num movimento simultâneo aperfeiçoado por décadas de prática. Limpa a mão na saia cinza livrando-se dos restos do creme chantilly. As listas brancas sobre a saia formam a imagem grotesca de um quadro abstrato. Ela é gorda, bela, voraz, gulosa, indecisa e lambuzona.
A gorda chega à rua Primeiro de Março, agarrando o gigantesco éclair de chocolate com as duas mãos, como se fosse um imenso falo negro. Antes que desfira a primeira dentada na cobiçada iguaria, sua bisbilhotice é atiçada por um furgão branco fosco estacionado quase na esquina da rua. O que alerta a atenção da gorda são os diversos doces e bombons expostos numa grande prateleira que sai do veículo, e o cartaz empunhado por um homem ao lado onde se lê em letras garrafais:
DEGUSTAÇÃO GRÁTIS! PROVE OS SABOROSOS PETISCOS DE PÂTISSERIE DOCES FINOS E AJUDE-NOS A ESCOLHER. NENHUMA EXPERIÊNCIA NECESSÁRIA.
Ela enfia na boca o éclair de uma só vez e se aproxima daquele Eldorado gastronômico sem saber que se avizinha da sua última tentação.


As Esganadas de Jô Soares (trecho do livro)

Companhia das Letras


Leia todo o livro - a leitura é muito agradável e envolvente.


Gostaria que a editora me enviasse um cópia do livro para tecer uma crítica.


Prof. Israel Lima

Ondjaki Escritor Angolano Entrevistado Pelo Entrelinhas




O Entrelinhas entrevistou o escritor angolano Ondjaki. Com romances, poemas, infantojuvenis e peças teatrais, o angolano (que vive no Rio de Janeiro) vem dando voz à juventude que circula pelas ruas de Luanda, sua cidade natal. Ele foi finalista do prêmio Portugal Telecom de Literatura com Avó Dezanove e o segredo do soviético e acaba de lançar no Brasil seu segundo romance, Quantas madrugadas tem a noite.


O Entrelinhas é um programa da Tv Cultura. Mais informações em:




Vale conhecer este jovem escritor angolano que traduz em palavras as coisas belas da vida com muito maestria.


Um grande abraço,


Prof. Israel Lima

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Afagos Inocentes

Neste livro o autor descreve em forma de poesia sentimentos como saudade, ansiedade e Amor...
É o primeiro livro do Prof. Israel Lima que atualmente é o livro mais comentado da Editora na categoria Poesia e um dos mais vendido de sua categoria. Esta sendo negociado para ser lançado em Portugal e mais outros países em formato e-book.


A poesia abaixo faz parte deste livro. Deixe sua crítica.




TIMIDEZ

Diante de ti não me reconheço,
Falo baixo,
Desvio os olhos dos teus,
As mãos transpiram,
Meus pés divergem, sei...
Sinto-me em noites invernosas...

TIMIDEZ – prazer contido!
Água que se esvai entre os dedos,
Lágrima reprimida,
Pétala que cai...
Carta não lida,
Dor que não cessa...
Cruz de tão pesado lenho!

Lânguido esmaecer,
Beijo não trocado,
Murmúrios dolentes,
Eu duplicado: há o que deseja e o que reprime!
Conhecido sorriso marmorizado.

Preciso desse AMOR que arrebata...
Contrato desfeito! - timidez não mais!
Desejo silenciado, não mais;
Quero sentir o meu corpo frêmito...
E sentir VOLÚPIA.

Volúpia!

Volúpia...


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http://www.agbook.com.br/book/121251--Afagos_Inocentes

http://www.clubedeautores.com.br/book/121261--Afagos_Inocentes


Seu comentário muito nos enriquece.

Um grande abraço,
Israel Lima
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