terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Ensino de espanhol será obrigatório a partir de 2010
O ensino de espanhol será disciplina obrigatória nos currículos escolares a partir de 2010 em todo o Brasil. De acordo com a lei 11.161, sancionada pelo presidente Lula em 2005, todas as escolas de Ensino Médio deverão oferecer aulas do idioma aos seus alunos. A pouco menos de 365 dias da exigência, muitos professores já começam a planejar sua atualização profissional para se candidatar à essas vagas, principalmente na rede particular de ensino. "O mercado de trabalho para esta categoria poderá aumentar, e quanto mais qualificado for o profissional, mais fácil será para ele garantir sua vaga. Por isso, um curso de imersão se torna importante", disse a educadora Graciela Hopstein, coordenadora da Punto y Coma, empresa especializada em traduções e ensino de línguas. Atualmente, 578 professores dão aula de Espanhol na rede pública estadual. No último concurso realizado pela Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, 970 professores se inscreveram para a disciplina. O concurso é para cadastro de reserva. O resultado foi divulgado na sexta-feira, dia 16 de janeiro. Por enquanto, está sendo feito um levantamento para se saber quais coordenadorias necessitam de mais professores e qual é demanda em toda a rede. O objetivo é distribuir, gradualmente, os aprovados no concurso de 2008 nessas áreas. Imersão para capacitar O espanhol é atualmente um idioma falado por mais de 420 milhões de pessoas, sendo a segunda língua mais falada no mundo ocidental. Além da Espanha, é a língua oficial de 20 países, localizados na sua maioria na América Latina. Dados da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) dão conta que o País, em 2007, tinha mais de 12 mil professores aptos a ensinar a língua espanhola nas escolas. Mas segundo o Censo escolar são necessários de 22 mil a 24 mil para atender a nova demanda. Para ajudar os docentes na busca de um aprimoramento no idioma, a Punto y Coma lançou um pacote de intercâmbio para professores de espanhol que desejam garantir o certificado de proficiência na língua. "O curso servirá para atualizar o profissional e acrescentar uma importante qualificação em seu currículo. Mostrará à escola que aquele profissional é interessado, não ficou estagnado, e está sempre procurando se atualizar", ressaltou Graciela Hopstein. O curso de espanhol específico para professores da língua em Buenos Aires tem duração de um mês e inclui a diferenciação de uma gramática geral de uma pedagógica, a análise e sistematização dos erros mais comuns, a formulação de seqüências didáticas, a análise de metodologias e enfoques de ensino, entre outros. São quatro horas de aula por dia na renomada escola Daniela Wasser School. As turmas têm no máximo cinco pessoas e a primeira começa em janeiro. Para se candidatar é preciso ter um nível avançado da língua. "Em Buenos Aires, o professor estará trabalhando a língua o tempo todo, seja nas lojas, no restaurante e com os professores de espanhol de outras nacionalidades. Ele poderá verificar como é a língua falada na Argentina e até mostrar aos seus alunos as diferenças da língua gramaticalmente correta e a língua falada. Também verificará com os outros professores de outras nacionalidades se as dificuldades dos alunos brasileiros são semelhantes com as de outros países", disse a coordenadora da Punto y Coma. A experiência de realizar um curso de capacitação por meio imersão oferece a possibilidade de se aperfeiçoar a partir de uma atividade de curta ou média duração. E ainda contribui para que os conteúdos aprendidos possam ser aplicados de forma imediata, já que a idéia é também absorver a cultura do país onde se faz o intercâmbio. Nesse caso, a aprendizagem não se reduz apenas à sala de aula, mas principalmente o processo se desenvolve na rua, ao se comunicar com as pessoas, lendo os cartazes públicos, desenvolvendo as atividades cotidianas.
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