Pelo Corredor da Escola

Apontar temáticas do cotidiano escolar é o objetivo primeiro deste blog, na intenção de ser "elo" entre as partes envolvidas (aluno/professor). A reflexão é o nome deste elo, que não só une, mas debate e critica os principais livros do Brasil e do mundo.

Para maiores informações falar com o Prof. Israel Lima

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Educação à Distância: Desafios e Limites


Introdução - O Ministério de Educação e Cultura credencia instituições de Ensino Superior (Faculdades, Centros Universitários e Universidades) a oferecerem cursos de graduação em regime presencial, à distância e semipresencial. É possível argumentar que entre estas modalidades de ensino, as grandes indagações e fontes de investigações que permeiam o mundo acadêmico contemporâneo estão relacionadas ao EAD (Ensino a Distância). São freqüentes, nos ambientes universitários, discussões calorosas acerca da validade dessa modalidade de ensino. Não é pra menos. Nós professores ainda somos frutos de uma educação que percebe a sala de aula como o único espaço viável para as atividades de ensino e aprendizagem. De certa forma essa concepção, mesmo considerada anacrônica para alguns teóricos contemporâneos, continua sendo a opção mais aceita nos meios escolares e, sem dúvida, a que apresenta maior credencial simbólica no mundo do trabalho. Talvez aqui residam os limites do EAD, ou seja, de um lado as concepções acadêmicas que defendem a modalidade e, de outro, as demandas do mundo do trabalho que analisam e avaliam com cuidado e desconfiança essa modalidade. O fato é que quando nos propomos pensar, discutir, refletir e até mesmo opinar sobre o EAD, necessitamos, sobretudo, conhecer esta modalidade. Conhecimento que compreende as duas extremidades do processo de ensino e aprendizagem – a co- responsabilidade entre professores e estudantes, de um lado, e o desejo de uma formação acadêmica e não de um simples Diploma, do outro. É nesse ambiente confuso e polêmico que nos propomos, sem apologias e/ou análises pessimistas, refletir a partir de experiências vividas em ambientes do EAD. Por isso, nossa intenção é socializar e fomentar discussões que contribuam para tornar essa modalidade um espaço de trocas de conhecimento.
Como funciona o Ensino a Distância? - A Educação a Distância, segundo o artigo 1º do Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005 (que revoga o Decreto nº 2.494/98), que regulamenta o artigo 80 da Lei nº 9.394/96, é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005). Vale destacar, que para que isso ocorra de forma eficiente, as instituições de ensino devem oferecer uma estrutura compatível com as demandas do EAD, entre elas, professores preparados e tecnologias eficientes. Outro aspecto que entendemos merecer atenção é a falta de autonomia do MEC para abertura de alguns cursos de graduação como Direito, Medicina, Odontologia e Psicologia. Estes cursos dependem da apreciação e manifestação dos seus respectivos órgãos ou conselhos (Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou do Conselho Nacional de Saúde, por exemplo) [...]”. (BRASIL, 2006).
Para muitos, a educação a distância encontra origens em políticas de inclusão social por meio da educação escolar, uma espécie de engrenagem propulsora de acesso escolar às camadas mais humildes da sociedade. Observe, por exemplo, que determinados cursos para serem oferecidos na modalidade à distância necessitam ser submetidos aos seus respectivos Conselhos Federais, como são os casos dos cursos de Medicina e Direito, acima citados. Os cursos ligados as Licenciaturas, que formam professores, por exemplo, não demandam de apreciação e manifestação de órgãos externos ao Ministério da Educação, por isso são muito presentes (História, Geografia, Pedagogia são exemplos). Em outras palavras, podemos afirmar que o EAD é viável para a formação de professores, mas não-viável, para outras profissões. O estranho é que todas as profissões, indistintamente, recebem uma formação que transita pelas mais diversas esferas ideológicas que norteiam as práticas educativas e avaliativas dos diversos seguimentos escolares no Brasil.
Na prática, o grande receio está no fato de que a Educação á Distância é uma modalidade, onde o processo de ensino e aprendizagem ocorre com auxílio de tecnologias de informação e de comunicação (telefone e ferramentas de ambientes virtuais de aprendizagem – AVA). O EAD, na verdade, atende aos mais diversos perfis de alunos. Alunos graduados e pós-graduados, até mesmo alunos que buscam uma nova graduação e pós-graduação. É nesse contexto difuso, como já foi dito, que possivelmente os desafios pedagógicos do EAD encontrem seus limites.

EAD: uma forma de democratizar o ensino superior

No debate conflituoso sobre o EAD, pauta uma reflexão sobre o seu público alvo. Pontua-se ações mitigadoras de inclusão digital, atrelada as mazelas da gestão de ensino aprendizagem contribuindo para o distanciamento da possibilidade de acesso as ferramentas de mobilidade social no Brasil, através da organização e aparelhamento da Educação Básica e Superior. O distanciamento da sociedade informacional alimenta a exclusão e impede que nossa sociedade se prepare massivamente para os desafios cada vez maiores do mercado de trabalho e da inserção minimamente competitiva no atual cenário de mundialização{...} (SILVEIRA 2001) . No EAD teremos que perpassar o canal da desigualdade social, pois trata-se de uma modalidade que emerge nas demandas da sociedade excluídas das relações educacionais formais, pautadas na produção mercadológica. O EAD, no seu processo de operacionalização da Educação, no sentido mais democrático, cumpre papel fundamental na construção de uma sociedade mais humana, pois socializa de forma mais efetiva os conhecimentos que permeiam as academias, fato não presente há bem pouco tempo. Claro que para isso, é necessária a democratização ampla e irrestrita de acesso não só aos meios tecnológicos indispensáveis, mas também as linguagens que permeiam as demandas do EAD. A teia se efetiva quando a linha da sociabilidade educacional se personifica nas ações de inclusão digital da política educacional cooperativa horizontalmente na EAD, superando as mazelas da exclusão educacional. OS LIMITES DO EAD: a necessidade da interação entre estudante e professor. É necessário pensar a prática do EAD em conjunto com a inclusão digital, sua popularização, pois nem todos que possuem computadores desejam dominar as ferramentas que norteiam os procedimentos metodológicos dessa modalidade. Até pouco tempo, o computador era visto como lazer, como prazer, no sentido do descobrir o novo, de desvelar o desconhecido. Hoje, um grande número de pessoas utiliza computadores no seu trabalho e em suas residências, para os mais diversos objetivos, como: operações bancárias e financeiras, comunicação informal e formal, namoro etc. Atualmente muitos, como já foi anunciado, vêm utilizando o computador para buscar uma formação superior ou uma pós-graduação, mas nesse público, nem todos interagem com clareza e maturidade ou aceitam essa modalidade. Muitos se sentem receosos, e destes não se pode tirar toda a razão, pois a presença física de um professor ou, simplesmente a presença falante, pode trazer muita diferença no processo de ensino e aprendizagem. Pois, É importante ter noção da amplitude do espaço à sua volta, o mesmo que é ocupado por várias pessoas ao mesmo tempo. Saber conviver neste espaço, ocupando-o mesmo onde seu corpo não vai; ocupando-o com seu olhar, com sua atenção, com a projeção de sua presença. É isto. Reconhecer o espaço equivale a criar uma presença, uma marca. Dessa forma, você e seu aluno não fazem tão-somente parte de uma massa. São indivíduos. (VIANNA: 2002, p.32) Nós que nos deparamos com o EAD, essa modalidade de ensino em expansão, temos que ter a clareza de que o contato virtual e/ou digital deve gerar uma reciprocidade de responsabilidades, com vistas a aproximar professores e alunos. O aluno necessita ter certeza que estamos com ele, ouvindo seus pedidos de ajuda, acalmando suas ansiedades e lendo as coisas que escrevem. Enfim, orientando-os. Nessa lógica, os limites impostos pela falta de interação entre os agentes seriam suprimidos, e o EAD, floresceria como um instrumento de democratização do ensino superior.
CONSIDERAÇÕES - Entende-se então que, o EAD é uma modalidade de ensino em fase de construção e por isso demanda de ajustes constantes. Para muitos debatedores sua origem está associada, sobretudo, há duas realidades participes do mesmo contexto, ou seja: a necessidade de democratizar o ensino superior seria uma e baratear os investimentos que demandam a educação; a outra. Sem dúvida, nossa experiência tem mostrado que o EAD cumpre um forte papel social na medida em que socializa e democratiza o acesso a educação. Simultaneamente, proporciona mobilidade social, uma vez que as pessoas passam a ter acesso aos conhecimentos que contribuem na explicação deste mundo. Entendemos que o EAD, ao mesmo tempo em que apresenta possibilidades de formação acadêmica para muitos, esbarra em limites, na medida em que necessita avançar em seus procedimentos didático-metodológicos.
(Revista Gestão Universitária, Edição 233 - Manoel Jose Fonseca Rocha. Clipping 27.07.2010 )

terça-feira, 27 de julho de 2010

A carreira de Contabilista


Acaba de ser sancionada Lei Federal, uma antiga reivindicação da categoria: a obrigatoriedade do Exame de Suficiência que, a exemplo da prova aplicada aos bacharéis de Direito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é uma evolução no sentido de assegurar a necessária valorização para que o futuro profissional de contabilidade possa ter reconhecido seu conhecimento e capacitação por um mercado cuja expansão é notória. O texto valoriza a atividade, estimula maior qualificação no preparo dos contabilistas e, mais importante, garante aos profissionais técnicos já registrados ou que obtiverem o registro até 1º de junho de 2015 o direito ao exercício da carreira. A atividade de contabilista se sofistica e se torna complexa a cada dia. Se examinarmos o mercado, constataremos que a carreira está em ascensão. Hoje, no Brasil, já há 417 mil contabilistas e 70 mil empresas contábeis. Os profissionais da categoria sabem: quem não encarar seu cotidiano como aprendizado permanente corre o risco de estagnar. A disposição para o estudo, portanto, é uma necessidade. E uma obrigação para com o cliente. Os futuros profissionais contabilistas, necessariamente, terão de ter uma base acadêmica sólida para ampliar as oportunidades de crescimento. E o Exame de Suficiência é o primeiro passo de uma vida de aprendizado constante. Militamos em uma área em que as oportunidades se multiplicam. Atualmente o contabilista não é mais coadjuvante – é protagonista. Empresas de todos os portes não podem prescindir das informações desses profissionais simplesmente porque elas são cruciais para a tomada de decisões. O Exame de Suficiência busca oferecer, ao mercado, profissionais valorizados e aptos para atender as demandas do sistema produtivo contemporâneo.


(Diário Catarinense, 26/07/2010 - Florianópolis SC - José Maria C. Alcazar. Clipping 26.07.2010)

sábado, 24 de julho de 2010

Diploma dos tecnólogos vale para concurso e pós-graduação


O diploma de graduação dos tecnólogos tem validade para participação de candidatos em concursos públicos de nível superior, em cursos de especialização e de pós-graduação. A garantia é da área de regulação da educação profissional do Ministério da Educação, diante da dúvida, comum entre os graduandos, quanto à validade do documento.
Muitos estudantes optam inicialmente por essa modalidade de ensino em razão da rapidez de ingresso na vida profissional. Voltados para a formação especializada e, consequentemente, para o mercado de trabalho, os cursos superiores de tecnologia representam 16% da oferta de graduação no país. Assim como os egressos de cursos de bacharelado e licenciatura, os tecnólogos recebem diploma de graduação e têm o mesmo direito de fazer cursos de especialização, de mestrado ou de doutorado e participar de concursos públicos. Podem também ingressar em curso de mestrado profissional.
“Não há restrição legal quanto ao tecnólogo fazer pós-graduação”, ressalta o coordenador de regulação da educação profissional e tecnológica do MEC, Marcelo Feres. “É preciso ter em mente também que o egresso pode dar continuidade aos estudos, independentemente de títulos acadêmicos.” Os cursos tecnológicos existem no Brasil desde a década de 60 do século passado. Nos últimos anos, a procura aumentou. O número de alunos matriculados cresceu, entre 2002 e 2008, de 81,3 mil para 421 mil, segundo dados do censo da educação superior. Entre os cursos mais procurados estão os de gastronomia, automação industrial, análise e desenvolvimento de sistemas, radiologia e gestão de recursos humanos. Todos com salários iniciais em torno de R$ 2 mil.


Correio Braziliense, 22/07/2010 - Brasília DF - Ascom MEC
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