Em operação na sociedade administrada, economia, educação e ciência encontram-se a serviço do progresso. A evolução do homem só pressupõe exatidão do cálculo. O vínculo que se estabelece na relação de integração entre ciência e economia se desvincula de sua dependência real e ideal: o ser social. A questão do conhecimento fragmentado teve fortes implicações. O processo de compartimentação do saber se justifica na exatidão do cálculo matemático e se estende como metodologia da certeza pura. No seio da racionalidade técnica, a pedagogia científica vivencia os efeitos da humanidade equacionada. As mentalidades desapercebidas do papel da economia mundial e o vínculo que se estabeleceu entre educação e ciência no contexto dos interesses particulares encontram-se sob controle dos comandos de imersão ideológica, a “matrix”. Produção de saber científico e aparelho social escolar se determinam nas necessidades da economia. Em vista de fins de antemão determinados, a pedagogia científica se exerce na prática da racionalidade técnica. Equacionado, o estabelecimento de ensino organiza os operadores do sistema. Inversão da realidade justamente por lidar com questões relativas ao conhecimento, o aparelho de educação goza de total eficácia a serviço do domínio do homem pelo homem. No contexto do “Estado cientista”, em que “saber e poder se articulam”, a educação reafirma a reprodução de ideias e organiza a introdução ao conhecimento como atividade científica. Circunscrito à mera atividade de reorganização e melhoramento desse modo de conhecimento, o processo crítico se converte em ferramenta de manutenção do antemão determinado. Processo crítico acrítico. Quantificadas as esferas humanas, a crítica da realidade se dissolve ao se deparar com a comprovação, exatidão e possível necessidade de reorganização dos dados. A crítica presencia o “fim da história”. Crítica desativada. Na resenha dos elementos da razão “instrumental”, a pedagogia científica se esgota na função de produto e reprodutora do modelo social em que se insere. Historicamente, esse modelo de educação se situa no seio da razão instrumental, sua progenitora, e num quadro aparentemente caótico, a pedagogia científica se insere nas equações de construção da sociedade do futuro. Além do mais, no momento em que se prestam seus serviços de manutenção e aperfeiçoamento da estrutura, a pedagogia científica se nega da condição de mero produto e se afirma na qualidade de progenitora. Com fisionomia de lamentação e antecedida de mentalidade acrítica, a pedagogia científica se configura na resenha da supremacia dum modelo monolítico de razão, extintor do particular e do transitório. A quantificação do ato educativo pressupõe o ser humano como medida do número.
(Estado de Minas, 09/11/2010 - Belo Horizonte MG - Clipping 09.11.2010)
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