A educação inclusiva é uma política fundamentada na concepção de direitos humanos e defende o direito que todos os alunos têm, de acesso e permanência na escola, sem qualquer forma de discriminação. Exige por isso uma mudança na lógica de exclusão até então predominante nas escolas que, para tornarem-se verdadeiramente inclusivas, deverão atender a todos os alunos com um trabalho de qualidade, reconhecendo e valorizando suas diferenças e desfazendo preconceitos. O Brasil conta com, aproximadamente, 24 milhões de pessoas com deficiência, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Censo 2000 revelou que 14,5% (quatorze vírgula cinco por cento) da população brasileira possuíam, pelo menos, uma das deficiências investigadas pela pesquisa. A maior proporção se encontrava no Nordeste, compreendendo 16,8% do total e a menor, no Sudeste, englobando 13,1%. Para a efetivação do processo de inclusão, se faz necessário que haja mudanças na perspectiva educacional, que possibilite à escola atender a todos os educandos, independente de suas características físicas, intelectuais, sociais, culturais, lingüísticas, entre outras. O respeito à diversidade e direito à diferença não é uma temática nova. A partir da Conferência Mundial sobre Educação para Todos (1990) e da Declaração de Salamanca (1994), as pessoas com deficiências passaram a ter direitos garantidos, como os demais cidadãos. A escola passa a viver o desafio de ser uma para todos, de não reproduzir no âmbito escolar o movimento tão premente em nossos tempos de homogeneização dos seres, de abafamento das singularidades e das diferenças. Na medida em que avança o processo de inclusão, também avança a discussão sobre a reconstrução das práticas educativas dessas escolas, a fim de atenderem realmente às necessidades educacionais especiais de todos os alunos. Considerando que um dos obstáculos mais citados para a educação inclusiva, é o “despreparo dos professores”, que acarreta o estranhamento do educador com aquele sujeito que não está de acordo com “os padrões de ensino e aprendizagem” da escola (MEC, 2005), faz-se necessário conhecer como a formação dos professores têm contribuído para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas, pois se sabe que trabalhar com a diversidade implica não só a aceitação da heterogeneidade dos grupos, bem como as diferenças das pessoas, o contato e a interação com esses sujeitos.
(Revista Gestão Universitária, Edição 260 - Escrito por Ana Carolina Machado Ferrari - Clipping 18.02.2011)
Comentários:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU COMENTÁRIO, POIS É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS.