Pelo Corredor da Escola

Apontar temáticas do cotidiano escolar é o objetivo primeiro deste blog, na intenção de ser "elo" entre as partes envolvidas (aluno/professor). A reflexão é o nome deste elo, que não só une, mas debate e critica os principais livros do Brasil e do mundo.

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terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Enem no exterior


O debate no Brasil em torno do Enem e suas falhas motiva uma olhada nas experiências de outros países com exames parecidos de avaliação dos candidatos a cursar universidades. Os exemplos de Reino Unido, França e Estados Unidos sugerem que o projeto brasileiro caminha na direção certa, apesar dos tropeços ocasionais. Os percalços do Enem decorrem menos de sua concepção e mais de seu gigantismo, resultado da insistência equivocada de candidatos e (alguns) educadores em que um teste de avaliação desse tipo só é justo se aplicado de uma só vez, com o mesmo conteúdo para quatro milhões de estudantes, no mesmo dia, na mesma hora. A repetição da prova agora em dezembro, como resposta a erros de impressão, teve de vencer forte resistência.
A teimosia em manter um Dia-D para todos amplifica os eventuais erros (qualquer problema afeta logo 4 milhões de candidatos), ignora a técnica moderna de preparar provas de conteúdo diferente mas valores equivalentes, aplicadas em datas variadas, para grupos diversos de candidatos. O dia único também impede o recurso - aceito em outros países - de um candidato pedir revisão do resultado e refazer a prova. No Reino Unido, o acesso aos cursos superiores depende das notas na prova conhecida como A-Level, feita na escola habitual que cada um frequenta (o que reduz o grau de insegurança), mas de acordo com um padrão nacional. Todo ano surgem queixas sobre detalhes, mas o princípio básico de avaliar alunos e escolas por meio deste exame permanece.
Há dois anos, por exemplo, a prova equivalente ao Enem gerou protestos no Reino Unido O debate no Brasil em torno do Enem e suas falhas motiva uma olhada nas experiências de outros países com exames parecidos de avaliação dos candidatos a cursar universidades. Os exemplos de Reino Unido, França e Estados Unidos sugerem que o projeto brasileiro caminha na direção certa, apesar dos tropeços ocasionais. Os percalços do Enem decorrem menos de sua concepção e mais de seu gigantismo, resultado da insistência equivocada de candidatos e (alguns) educadores em que um teste de avaliação desse tipo só é justo se aplicado de uma só vez, com o mesmo conteúdo para quatro milhões de estudantes, no mesmo dia, na mesma hora. A repetição da prova agora em dezembro, como resposta a erros de impressão, teve de vencer forte resistência.
A teimosia em manter um Dia-D para todos amplifica os eventuais erros (qualquer problema afeta logo 4 milhões de candidatos), ignora a técnica moderna de preparar provas de conteúdo diferente mas valores equivalentes, aplicadas em datas variadas, para grupos diversos de candidatos. O dia único também impede o recurso - aceito em outros países - de um candidato pedir revisão do resultado e refazer a prova. No Reino Unido, o acesso aos cursos superiores depende das notas na prova conhecida como A-Level, feita na escola habitual que cada um frequenta (o que reduz o grau de insegurança), mas de acordo com um padrão nacional. Todo ano surgem queixas sobre detalhes, mas o princípio básico de avaliar alunos e escolas por meio deste exame permanece.
Há dois anos, por exemplo, a prova equivalente ao Enem gerou protestos no Reino Unido correção dos exames, embora haja recurso para rever as notas. E todo ano, sem falta, ouve-se um coro de que o nível está baixando, as perguntas se tornaram fáceis demais e há inflação de notas altas. Em reação a esta última queixa, foi criada este ano uma nova nota, mais alta do que a máxima tradicional A, usada há tanto tempo. Existe agora o A-estrela, como se fosse, no padrão brasileiro, uma nota 10 turbinada. Como resultado das críticas regulares, o sistema passa por reformas constantes, com o objetivo de aprimorá-lo. Mas continuam valendo ao menos dois princípios básicos: usar os resultados para selecionar os estudantes candidatos ao ensino superior e avaliar as escolas. Nos últimos anos do curso secundário, os alunos britânicos vão afunilando suas áreas de estudo, selecionando as matérias que lhes interessam. Toda criança no Reino Unido é obrigada a estudar até os 16 anos, sob ameaça de punição aos pais se os filhos não forem à escola. É quando os alunos fazem as provas que levam ao Certificado Geral de Educação Secundária ou GCSC. As matérias básicas e obrigatórias são Inglês, Matemática e Ciência, mas os estudantes podem adicionar optativas.
Quem segue em frente com os estudos pode escolher vários caminhos. Seguir a área profissionalizante, com provas específicas para os certificados apropriados - de mecânico a gráfico, por exemplo. O aluno tem ainda a opção de buscar o certificado mais avançado, no último ano secundário, o A-Level, com matérias ainda mais específicas, visando entrar para as universidades. É o exame mais parecido com o Enem brasileiro. Com a diferença de que o aluno pode escolher em quantas matérias quer ser testado, com um mínimo de três. Há quem reúna mais de dez áreas de provas, seja para satisfazer a universidade, impressionar um futuro empregador ou agradar à família. Pouco antes de fazer os exames do A-Level, aos 17-18 anos, o aluno britânico contata as universidades que lhe interessam e candidata-se a uma vaga. Cada caso é avaliado individualmente e a universidade, com base no curso que o estudante pretende fazer, já informa ao candidato que notas vai exigir no A-Level, e em quantas matérias. Se não obtiver as notas exigidas pela universidade que preferia, o candidato pode ainda buscar vaga em outra instituição menos exigente, num processo conhecido como clearing, uma espécie de rescaldo.
Como era de se esperar, as universidades mais conceituadas e disputadas exigem notas mais altas. Oxford e Cambridge, por exemplo, que estão entre as dez melhores do mundo, pedem A ou o novo A-estrelado em todas as matérias. E ainda impõem uma entrevista. Até recentemente, exigiam provas adicionais internas, mas hoje os testes extras aparecem apenas em áreas muito específicas, como Medicina. Oxbridge, como são normalmente tratados em conjunto os dois grandes templos de educação no país, só deixam entrar mesmo um grupo muito selecionado de alunos. O atual primeiro-ministro David Cameron estudou em Oxford. Seu vice Nick Clegg se formou em Cambridge. Gordon Brown, Tony Blair, Margaret Thatcher, em Oxford. O cientista Steve Hawking foi de Cambridge. Dos 688 mil que se candidataram este ano, 480 mil entraram para algum curso superior. O número de candidatos às universidades tem crescido no Reino Unido, mas a quantidade de instituições também.


Gazeta de Cuiabá, 29/11/2010 - Cuiabá MT - Silio Boccanera

1 Comentário:

Anônimo disse...

Olá. Se entendi bem, então se vc quer entrar para uma universidade na Inglaterra o equivalente para o A-level chemistry e o A-level biology, e o GCSE seria apenas o ENEM? Obrigada pelo post, foi bem esclarecedor.

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