Mais da metade dos estudantes do último ano de medicina que participaram de um teste de múltipla escolha não soube explicar o que é a gripe suína. Dos 621 futuros médicos (25% do total de formandos) que resolveram o exame aplicado pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) dois meses atrás, 61% erraram a resposta. Problema de saúde pública mundial, a gripe suína deixou doentes e mortos no Brasil em meados deste ano e deve voltar ao país no próximo inverno. "Nossas faculdades são de má qualidade e estão formando médicos péssimos. A saúde da população está em risco. Não é à toa que as denúncias por erro médico aumentam ano a ano", afirma Bráulio Luna Filho, médico responsável pelo exame.
No Brasil, a lei não exige que se faça residência médica antes de exercer a profissão. Bastam os seis anos de universidade. A prova do Cremesp, executada pela Fundação Carlos Chagas, é aplicada desde 2005 com o objetivo de aferir a competência dos novos médicos. Na primeira fase, eles resolvem questões de múltipla escolha. Os poucos aprovados participam da segunda fase, que inclui simulação de situações reais. Neste ano, 56% dos alunos foram reprovados, índice parecido com o dos dois anos anteriores. Foram particularmente mal em clínica médica, saúde mental e clínica cirúrgica. Entre as razões para esse desempenho "lamentável", o Cremesp diz que as faculdades privadas investem pouco na qualidade dos cursos -muitas não têm hospital próprio- e que o Ministério da Educação não as fiscaliza com rigor. "Há muitos interesses políticos e financeiros. O prefeito ou deputado que abre uma faculdade numa cidade ganha um prestígio gigantesco na região", diz o presidente do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves. O MEC rechaçou a crítica e disse que, em razão de má qualidade, cortou temporariamente 730 vagas nos vestibulares de medicina do país. O Estado de São Paulo tem 31 faculdades de medicina, das quais 25 formam 2.600 médicos por ano. Seis ainda não formaram a primeira turma. O exame do Cremesp não é obrigatório, mas vários alunos participam na esperança de que um bom resultado possa ajudar em seus currículos. A baixa adesão não permite que se faça um ranking das melhores e das piores instituições. "Como os bons alunos sabiam que iriam bem, participaram da prova. Os maus alunos boicotaram. Tenho certeza que, se todos tivessem participado, a reprovação teria sido muito pior", diz Luna Filho. De acordo com ele, houve casos em que as próprias faculdades -por discordar da metodologia ou temer os resultados- incentivaram o boicote.
(Fonte: Folha de São Paulo, 16/12/2009 - São Paulo SP - 61% dos alunos do último ano de medicina que participaram da prova do conselho da categoria não souberam explicar o que é a doença. 56% dos estudantes foram reprovados no exame, que não é obrigatório; conselho diz que faculdades investem pouco na qualidade do curso RICARDO WESTIN DA REPORTAGEM LOCAL)
No Brasil, a lei não exige que se faça residência médica antes de exercer a profissão. Bastam os seis anos de universidade. A prova do Cremesp, executada pela Fundação Carlos Chagas, é aplicada desde 2005 com o objetivo de aferir a competência dos novos médicos. Na primeira fase, eles resolvem questões de múltipla escolha. Os poucos aprovados participam da segunda fase, que inclui simulação de situações reais. Neste ano, 56% dos alunos foram reprovados, índice parecido com o dos dois anos anteriores. Foram particularmente mal em clínica médica, saúde mental e clínica cirúrgica. Entre as razões para esse desempenho "lamentável", o Cremesp diz que as faculdades privadas investem pouco na qualidade dos cursos -muitas não têm hospital próprio- e que o Ministério da Educação não as fiscaliza com rigor. "Há muitos interesses políticos e financeiros. O prefeito ou deputado que abre uma faculdade numa cidade ganha um prestígio gigantesco na região", diz o presidente do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves. O MEC rechaçou a crítica e disse que, em razão de má qualidade, cortou temporariamente 730 vagas nos vestibulares de medicina do país. O Estado de São Paulo tem 31 faculdades de medicina, das quais 25 formam 2.600 médicos por ano. Seis ainda não formaram a primeira turma. O exame do Cremesp não é obrigatório, mas vários alunos participam na esperança de que um bom resultado possa ajudar em seus currículos. A baixa adesão não permite que se faça um ranking das melhores e das piores instituições. "Como os bons alunos sabiam que iriam bem, participaram da prova. Os maus alunos boicotaram. Tenho certeza que, se todos tivessem participado, a reprovação teria sido muito pior", diz Luna Filho. De acordo com ele, houve casos em que as próprias faculdades -por discordar da metodologia ou temer os resultados- incentivaram o boicote.
(Fonte: Folha de São Paulo, 16/12/2009 - São Paulo SP - 61% dos alunos do último ano de medicina que participaram da prova do conselho da categoria não souberam explicar o que é a doença. 56% dos estudantes foram reprovados no exame, que não é obrigatório; conselho diz que faculdades investem pouco na qualidade do curso RICARDO WESTIN DA REPORTAGEM LOCAL)
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