A internacionalização do Ensino Superior no País provocará novas demandas e desafios ainda desconhecidos às universidades brasileiras. É o que pensa o presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Alan Barbiero, que falou a respeito do tema durante o Encontro de Reitores Universia. O evento, que reuniu gestores de aproximadamente 30 instituições de ensino, foi realizado na tarde desta quinta-feira, 10 de dezembro, em Belo Horizonte. "Os processos de inclusão no Ensino Superior não se restringem às ações afirmativas para a incorporação de negros ou de estudantes de classes mais favorecidas", disse Barbiero. Segundo o presidente, com a expansão das universidades em municípios mais afastados será possível transformar as condições sociais de toda uma cidade, não só de seus estudantes. "A instituição de ensino, a partir de todas as suas linhas de atuação, tem o dever de interagir com a sociedade de seu entorno, além de ajudá-la a se desenvolver", defendeu Barbeiro, que aposta no potencial da educação como instrumento de inclusão em qualquer país. "Sem ela, não é possível construir cidadania", acrescentou.
O evento, organizado pelo Universia Brasil, propôs a discussão sobre a responsabilidade da universidade brasileira como agente de coesão e inclusão social. Assim como o presidente da Andifes, a mesa do encontro foi composta pelo reitor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Zaki Akel, e pelo reitor da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), Ricardo Motta Miranda. Os debates foram moderados pela reitora da UFAL (Universidade de Alagoas), Ana Dayse Rezende Dórea. Ainda que Akel reconheça o poder da internacionalização no processo de inclusão no País, ele também ressaltou o potencial das ações afirmativas e apresentou a experiência da própria UFPR para justificar sua afirmação. "A Universidade do Paraná, desde 2004, reserva 20% de suas vagas a estudantes afro-descendentes e outros 20% a alunos oriundos de escolas públicas. Recentemente a instituição também tem garantido acesso a indígenas, bem como a brasileiros com necessidades especiais", afirmou ele em referência ao processo, só valido a partir da segunda fase do vestibular da instituição.
De acordo com ele, a iniciativa associada a programas de suporte de permanência desses estudantes resultou na diversificação de seu corpo discente. "Hoje, temos 1.332 cotistas raciais, 3.799 cotistas sociais, 109 alunos com necessidades especiais e outros 29 indígenas", disse Akel. O reitor acredita que a associação do programa ao aumento da evasão assim como a queda da qualidade acadêmica é um senso comum equivocado. "Esses alunos precisam ser integrados a vida acadêmica, até porque não são estudantes de segunda linha", disparou. Para Miranda, o segredo da inclusão universitária está na institucionalização das iniciativas voluntárias espalhadas nos programas de ensino, pesquisa e extensão. "As ações de inclusão social estão presentes em quase todas as universidades brasileiras, mas quando não são institucionalizadas atendem a um número restrito de pessoas, limitando assim os resultados", declarou o reitor da UFRRJ. "O compromisso da inclusão é um bem comum de toda e qualquer instituição de ensino. No entanto, as ações precisam considerar as especificidades, potencialidades e necessidades de cada uma delas", acrescentou ele. II Encontro Internacional de Reitores Universia - O encontro realizado na capital mineira foi uma prévia do II Encontro Internacional de Reitores Universia, que será realizado nos dias 30 de maio e 1º de junho, em Guadalajara, no México. Com o objetivo de avaliar as possíveis respostas das universidades para as demandas da sociedade ibero-americana, a iniciativa reunirá representantes de mil instituições de Ensino. "O convite se estende também às universidades brasileiras que queiram trocar práticas e identificar potencialidades", afirmou Ricardo Fasti, diretor-geral do Universia Brasil.
O País já garantiu dois lugares em cada uma das mesas de debates que serão organizadas em Guadalajara. "A aprendizagem e a potencialidade de crescimento, no entanto, não se restringem aos 10 gestores brasileiros que farão parte do grupo de palestrantes. Os espectadores também poderão tirar proveito deste rico espaço de debate. Portanto, recomendo que nenhuma universidade federal fique de fora desse evento", defendeu Barbiero, que garante que a Andifes está a disposição para ajudar às IFES interessadas em participar do encontro. "Esse foi apenas o primeiro de muitos outros encontros nacionais que serão realizados ao longo dos próximos meses. Isso porque as pautas precisam ser desenvolvidas para que seja possível estabelecer uma visão coordenada, o que não significa que tenha que ser homogênea", disse Fasti, que também acrescentou a importância do uso da comunidade virtual Universia Debate nesse processo de reflexão. "Além de gerir informação, também poderá armazenar conhecimentos que servirá de base para a geração de novas políticas educacionais", destacou.
(Fonte: Portal Universia, 15/12/2009 - Presidente da Andifes acha que universidades desconhecem o desafio - Por Larissa Leiros Baroni, de Belo Horizonte)
O evento, organizado pelo Universia Brasil, propôs a discussão sobre a responsabilidade da universidade brasileira como agente de coesão e inclusão social. Assim como o presidente da Andifes, a mesa do encontro foi composta pelo reitor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Zaki Akel, e pelo reitor da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), Ricardo Motta Miranda. Os debates foram moderados pela reitora da UFAL (Universidade de Alagoas), Ana Dayse Rezende Dórea. Ainda que Akel reconheça o poder da internacionalização no processo de inclusão no País, ele também ressaltou o potencial das ações afirmativas e apresentou a experiência da própria UFPR para justificar sua afirmação. "A Universidade do Paraná, desde 2004, reserva 20% de suas vagas a estudantes afro-descendentes e outros 20% a alunos oriundos de escolas públicas. Recentemente a instituição também tem garantido acesso a indígenas, bem como a brasileiros com necessidades especiais", afirmou ele em referência ao processo, só valido a partir da segunda fase do vestibular da instituição.
De acordo com ele, a iniciativa associada a programas de suporte de permanência desses estudantes resultou na diversificação de seu corpo discente. "Hoje, temos 1.332 cotistas raciais, 3.799 cotistas sociais, 109 alunos com necessidades especiais e outros 29 indígenas", disse Akel. O reitor acredita que a associação do programa ao aumento da evasão assim como a queda da qualidade acadêmica é um senso comum equivocado. "Esses alunos precisam ser integrados a vida acadêmica, até porque não são estudantes de segunda linha", disparou. Para Miranda, o segredo da inclusão universitária está na institucionalização das iniciativas voluntárias espalhadas nos programas de ensino, pesquisa e extensão. "As ações de inclusão social estão presentes em quase todas as universidades brasileiras, mas quando não são institucionalizadas atendem a um número restrito de pessoas, limitando assim os resultados", declarou o reitor da UFRRJ. "O compromisso da inclusão é um bem comum de toda e qualquer instituição de ensino. No entanto, as ações precisam considerar as especificidades, potencialidades e necessidades de cada uma delas", acrescentou ele. II Encontro Internacional de Reitores Universia - O encontro realizado na capital mineira foi uma prévia do II Encontro Internacional de Reitores Universia, que será realizado nos dias 30 de maio e 1º de junho, em Guadalajara, no México. Com o objetivo de avaliar as possíveis respostas das universidades para as demandas da sociedade ibero-americana, a iniciativa reunirá representantes de mil instituições de Ensino. "O convite se estende também às universidades brasileiras que queiram trocar práticas e identificar potencialidades", afirmou Ricardo Fasti, diretor-geral do Universia Brasil.
O País já garantiu dois lugares em cada uma das mesas de debates que serão organizadas em Guadalajara. "A aprendizagem e a potencialidade de crescimento, no entanto, não se restringem aos 10 gestores brasileiros que farão parte do grupo de palestrantes. Os espectadores também poderão tirar proveito deste rico espaço de debate. Portanto, recomendo que nenhuma universidade federal fique de fora desse evento", defendeu Barbiero, que garante que a Andifes está a disposição para ajudar às IFES interessadas em participar do encontro. "Esse foi apenas o primeiro de muitos outros encontros nacionais que serão realizados ao longo dos próximos meses. Isso porque as pautas precisam ser desenvolvidas para que seja possível estabelecer uma visão coordenada, o que não significa que tenha que ser homogênea", disse Fasti, que também acrescentou a importância do uso da comunidade virtual Universia Debate nesse processo de reflexão. "Além de gerir informação, também poderá armazenar conhecimentos que servirá de base para a geração de novas políticas educacionais", destacou.
(Fonte: Portal Universia, 15/12/2009 - Presidente da Andifes acha que universidades desconhecem o desafio - Por Larissa Leiros Baroni, de Belo Horizonte)
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