Do texto de manchete, ``11 municípios do Ceará sem biblioteca`` (Editoria Brasil, página 28), da edição de sábado passado, dia 1º, do O POVO, causa espanto que algumas cidades do Estado, que alcançaram conquistas de cerca de 20 anos para cá, deixem de contar com esse tipo de equipamento. No caso específico dos mantidos pelas próprias prefeituras municipais. Ausentes em Icapuí, onde administrações modelos priorizaram a educação, a infância e saúde; assim como Tauá, registrando surto cultural polarizado pelo Museu dos Inhamuns. A ponto de os tauaenses terem sido anfitriões em 2007 do III Encontro Nordestino de Museus. Como terceira cidade, Forquilha, inclusive pelo fato de ser localizada na microrregião de Sobral, município tradicional na educação e cultura, contando até com a Universidade Vale do Acaraú (UVA). A matéria registra dados do 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e encomendado pelo Ministério da Cultura (MinC). Revela que faltam bibliotecas municipais em 420 cidades brasileiras. Ou seja, 7,5% dos 5.565 municípios do País. É necessário compreender que os recursos financeiros insuficientes de várias cidades limitam a capacidade dos gestores em dotá-las do máximo possível do que as populações merecem. Entretanto, deveriam existir alternativas. Poderiam contar com o apoio de secretarias estaduais de Educação e Cultura, além dos ministérios correspondentes do Governo federal. Ou então, o apelo chegar até a Unesco, em Paris, justamente a agência da ONU que delibera sobre educação, ciência e cultura. Além disso, apesar de a televisão via satélite e a Internet alcançarem hoje os rincões mais distantes, a leitura impressa é fundamental ainda para que se assimilem as informações. Isso abrange populações que estão sendo alfabetizadas. A biblioteca municipal seria, portanto, um reforço do que foi aprendido nas escolas. Em determinados países com ideologias diversificadas, onde houve reformas educacionais profundas, dificilmente se descuidou da implantação de bibliotecas públicas. A questão envolve nações que mudaram de alfabeto, como aconteceu na Turquia, em 1928, do árabe para o latino. É verdade que o latino era utilizado paralelamente nas escolas daquele país e suas possessões na Europa e Ásia desde 1635. Mas, foi a determinação do fundador da República Turca, Kemal Atatürk, que levou à mudança geral de letras e do direcionamento da escrita, da direita para esquerda, passando a ser da esquerda para direita. Uma proposta dessas na Turquia só poderia ser viabilizada com a implantação de bibliotecas, pelo fato de ter sido incluída toda uma população já fora de aulas. No Brasil, a questão é mais simples até porque, desde 1500, nunca se pretendeu erradicar o alfabeto latino, nem se fosse adotado o tupi-guarani.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Comentários:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU COMENTÁRIO, POIS É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS.