A mesma preocupação da sociedade em garantir que profissionais da saúde exerçam apenas sua área de especialização deve ser aplicada para a educação, para impedir que professores lecionem disciplinas diferentes das que estudaram no ensino superior. A recomendação foi feita pelo movimento Todos pela Educação em debate sobre financiamento para o ensino, realizado nessa quarta-feira (28/04), em São Paulo (SP). “Se você vai fazer uma cirurgia e te avisam: ‘o cirurgião faltou, mas temos um ótimo dermatologista disponível’, você não vai aceitar fazer a operação. Por que nas escolas aceitamos que professores de geografia ensinem química?”, questionou o presidente executivo do movimento Todos pela Educação, Mozart Neves. “A formação dos professores é o fator que mais interfere na qualidade do ensino”. No Brasil, apenas 25% dos professores de Física da educação pública possuem graduação na área, segundo o Censo Escolar de 2007. Em Química e Educação Artística 38% dos professores têm diploma superior na área. Em Biologia são 56%, em Matemática 58%, em Geografia 61%, em Português 62% e em História 65%. “Reverter esse problema exige uma consciência que vai além do governo. A sociedade precisa se envolver na valorização da escola”, recomendou. “Esses números precisam chegar até a universidade e ela tem que se engajar para reduzi-los”, completou. Para Mozart, investir em educação é fundamental para tornar a carreira mais atrativa. “Nos países que mais investem em educação, 20% dos alunos mais bem preparados no ensino médio querem ser professor. Esses países oferecem boas condições de trabalho, plano de carreira e salários justos”, comentou. “No Brasil só 2% dos estudantes querem ser professores. Procura a área quem não tem outra opção”.
terça-feira, 4 de maio de 2010
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