A boa avaliação de um município no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) não garante educação de qualidade em todas as escolas da cidade. Uma pesquisa com dados de municípios brasileiros com Ideb acima da média nacional aponta desigualdade de até 51% entre a melhor e a pior escola de uma mesma cidade. “Há uma grande desigualdade na qualidade da educação dentro da rede municipal. Mesmo em municípios que atingiram desempenhos próximos ou superiores a 5 no Ideb, nem todas as suas escolas encontram-se nesse patamar de qualidade”, aponta o estudo, divulgado hoje (30) pelo movimento Todos pela Educação. O levantamento analisou as redes municipais de 12 capitais brasileiras que alcançaram Ideb acima de 4,2 – média nacional de 2007. O índice considera o desempenho dos alunos em português e matemática, além das taxas de reprovação e evasão escolar. A capital com menor equidade é Vitória, onde a pior escola teve nota 3,5 e a melhor, 5,3 – diferença de 51%. Em Belo Horizonte, a diferença chega a 48%. Boa Vista (RR) é a capital com menos desigualdade na rede municipal. A diferença entre o menor e o maior Ideb é de 17%. De acordo com a pesquisa, a diferença de qualidade entre as escolas da rede municipal não necessariamente refletem desigualdades de renda em diferentes regiões de uma mesma cidade. O levantamento analisou os dados do Ideb com o coeficiente de Gini dos municípios – que mede a desigualdade de distribuição de renda – e não encontrou relação direta entre os dois. “Não há uma relação clara entre iniquidade da educação e desigualdade econômica. Ao contrário, municípios que apresentam coeficiente de Gini bastante similar possuem coeficientes de variação de rendimento na educação bem diferentes”, aponta o Todos pela Educação. A desigualdade entre escolas da mesma rede municipal não é exclusividade das capitais e é verificada em cidades de todas as regiões do país. Em São Paulo, por exemplo, a capital tem diferença de 38,8% entre as escolas da rede municipal. No município de Jundiaí, no interior no estado, a diferença chega a 47% entre o melhor e pior Ideb da rede.
terça-feira, 4 de maio de 2010
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