Pelo Corredor da Escola

Apontar temáticas do cotidiano escolar é o objetivo primeiro deste blog, na intenção de ser "elo" entre as partes envolvidas (aluno/professor). A reflexão é o nome deste elo, que não só une, mas debate e critica os principais livros do Brasil e do mundo.

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Escola Que Desperta a Curiosidade


A grande questão que quero discutir com vocês hoje é até que ponto as nossas escolas estão respondendo às questões da atualidade e principalmente se os nossos professores estão preparados para lidar com contextos cada vez mais complexos e imprevisíveis. Tomemos como exemplo a questão da violência. Ela tem sido tema no currículo escolar? A escola e o professor têm problematizado com os alunos os processos que desencadeiam a violência, nas suas mais diversas nuances, e como lidar em uma situação dessas no cotidiano? O primeiro problema com que nos deparamos é a rigidez dos programas curriculares que em sua maioria estão formatados do princípio ao final de cada série, impossibilitando com isso a abertura para a discussão de situação que estão postas no dia a dia da sociedade e na vida do estudante. Outro é que precisamos formar educadores com competência para lidar com situações não previstas nos currículos escolares e nos livros didáticos. Precisamos de profissionais preparados para lidar com as mais diversas situações que a vida nos impõe cotidianamente. Temos que buscar proporcionar em nossas escolas um ensino voltado para uma perspectiva interdisciplinar das ciências, rompendo com os feudos e guetos que apenas conduzem ao reducionismo. Precisamos que a criatividade seja o ponto de partida das ações desenvolvidas, que a atividade pedagógica seja voltada para o contexto no qual o educando encontra-se inserido, valorizando com isso o saber local e fazendo com que eles tenham interesse. Usar da natureza como laboratório e da criatividade como uma das principais estratégias no processo de ensino-aprendizagem. Hoje as escolas estão cada vez mais tecnológicas em termos de laboratórios sofisticados, mas ao mesmo tempo menos criativas para os estudantes, ou seja, temos uma pirotecnia dentro de salas que impressionam com aparelhos, luzes e fios, mas ao mesmo tempo contribuem muito pouco para o aprendizado, uma vez que o estudante pensa pouco, desenvolve a habilidade de forma limitada. Para que seja uma escola criativa, é preciso que o aprendizado envolva situações vividas, caso contrário com o tempo tudo é esquecido, é passado. Para que o aprendizado seja permanente e não apenas passageiro, é preciso que ele seja feito, como nos afirma o psicanalista e educador Rubem Alves, com a cabeça e com as mãos, ou seja, devo construir não só intelectualmente mas também de forma prática. É preciso desenvolver o prazer de fazer as coisas. Dessa forma, a escola que desperta a curiosidade e que também ensina para a vida toda é aquela que oferece enigmas e desafios aos alunos, que conduz o dia a dia da sala de aula como um espaço de constante descoberta. A leitura e as atividades devem seguir o caminho do prazer e não da obrigação. Ter que ler para fazer relatório, para responder questionários. É preciso que se ensine a ler despojadamente, sem ter obrigações posteriores. Apenas pelo prazer de ler. É preciso que seja repensado o processo de ensino e aprendizagem para que se tenha uma escola mais próxima do ideal, e isso não se resolve com a oferta constante de cursos de capacitação. É necessário muito mais. É preciso uma mudança estrutural, ou seja, dar uma aula é preparar um conteúdo e dar alguma coisa. Ensinar é muito mais fascinante e envolve muito mais elementos do que os conteúdos.

(Clipping 23.04.2010 Gazeta de Cuiabá, 23/04/2010 - Cuiabá MT
Escola que desperta a curiosidade Elias Januário )

1 Comentário:

Anônimo disse...

Boa tarde!

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