Pelo Corredor da Escola

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Violência na Escola: não Adianta dar Bronca, diz Psicóloga


Episódios de violência em duas escolas municipais do Rio nas últimas semanas deixaram pais e professores apreensivos. O que pode ser feito para garantir a harmonia entre estudantes e docentes depois de um caso de agressão? Segundo a professora Leila Cury Tardivo, que leciona psicologia clínica na USP (Universidade de São Paulo), o maior erro é fingir que nada aconteceu. "O ideal é ter um espaço de discussão, mas sem tentar dar lições de moral e bronca, pois adolescente não curte isso", diz Leila. "Também é importante criar meios de o estudante poder falar de sua angústia, dor e medo para evitar esses episódios." A falta de uma relação de confiança em que o estudante se sinta confortável para se abrir pode levar o adolescente a não denunciar atos de violência sofridos, testemunhados ou até mesmo motivar novas agressões. Quanto aos alunos diretamente envolvidos nos episódios violentos, a especialista recomenda que sejam responsabilizados pelo que fizeram e, se possível, que reparem o dano feito ao bem público. "O estudante precisa saber que seus atos têm conseqüências", afirma a docente da USP. "Mas o melhor é não usar punições extremas, pois eles não são criminosos." Para os professores de instituições que foram alvo de violência, a grande dificuldade encontrada é controlar os adolescentes em momentos de agitação. A falta de uma equipe para auxiliar os docentes dentro das escolas complica ainda mais a situação. "Não conseguimos dar aula com uma turma indisciplinada. A escola tem que ter quem faça esse papel de dar assistência ao aluno, para descobrir por que o ele está agitado ou triste", diz um professor que preferiu não se identificar e que leciona na Escola Municipal José Veríssimo, no Rocha, apedrejada por alunos no último dia 14. A psicóloga Leila Tardivo orienta professores de instituições de ensino que sofrem com dificuldades estruturais, como a falta de profissionais e de condições adequadas em suas instalações a conversar com os alunos e responsáveis sobre os problemas. A partir do diálogo, ela propõe que sejam organizados mutirões para consertar o que for possível: "é típico da adolescência funcionar mais pela ação do que pela palavra. Então é uma boa ideia substituir o fazer destrutivo por uma ação construtiva." Ela também recomenda que alunos, pais e educadores se unam para cobrar do poder público melhorias nas condições da escola, ao invés de entrar em conflito entre si. Para sindicato, descaso com os alunos é uma das causas - Para o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), apesar dos esforços dos educadores, o descaso com o aluno dentro das instituições é a causa dos episódios recorrentes de violência que têm atingido escolas no Rio. Por isso, o órgão defende que as ocorrências não devam ser tratadas como casos de polícia. "Não é um problema de bandido dentro da escola", afirma a diretora do sindicato, Edna Felix. "Um exemplo claro disso é que o maior número de casos acontece com alunos com problemas de aprendizado, que não conseguem acompanhar o ensino e se revoltam." De acordo com o Sepe, a violência é vista nas escolas do Rio de Janeiro há bastante tempo, mas os professores e funcionários não denunciavam os casos por medo de represália. "As secretarias de educação e CREs (Coordenadorias Regionais de Educação) tentavam abafar", diz Edna. Entretanto, nos últimos meses aumentou o número de ocorrências, que também se tornaram mais graves. A solução para esses problemas, na interpretação do Sepe, é o investimento público na educação, com o aumento do planejamento das atividades. "Existe uma série de fatores que influem. O quantitativo grande de alunos em sala é um deles", diz analisa Edna Felix. Para sinalizar que não existe rivalidade entre educadores e a comunidade, o Sepe propôs, na Escola Municipal José Veríssimo, no Rocha, apedrejada na última semana, um ato simbólico em que professores distribuíram flores aos alunos. "Os pais dos alunos da escola estão, inclusive, passando um abaixo-assinado pedindo melhores condições", afirma. O Sepe tem uma audiência nesta segunda-feira com a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, para discutir os problemas na rede municipal de ensino.


(Clipping 27.04.2010 - Portal Terra Educação, 25/04/2010 - Violência na escola: não adianta dar bronca, diz psicóloga)

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