Uma instituição que ensina os líderes do futuro a encontrar soluções para os problemas mais complexos, como a gripe suína, o aquecimento global ou a crise financeira internacional. Essa é a missão da Singularity University, criada no ano passado nos Estados Unidos com o apoio do Google e de outras empresas do Vale do Silício. “Hoje, as lideranças empresariais e governamentais não sabem lidar com esses fenômenos”, diz Salim Ismail, diretor executivo da escola e ex-vice-presidente de inovação do Yahoo. Com o DNA das companhias de tecnologia da Califórnia — ainda hoje o maior celeiro de inovação do planeta —, a Singularity quer atacar as grandes questões usando o que existe de mais futurista: nanotecnologia, biotecnologia, robótica e inteligência artificial. O plano da escola é encontrar e selecionar jovens com alto potencial de todas as partes do mundo para colocá-los em sala de aula, trabalhando em equipe para desenvolver projetos que cumpram o requisito de melhorar a vida de pelo menos 1 milhão de pessoas. Metade da turma deve ter formação em tecnologia de ponta; o restante deve ter formação variada, como designers, engenheiros, biólogos. “É uma forma de pensar criativamente, mas assegurando que as respostas sejam viáveis tecnologicamente”, conta Salim. O objetivo é formar os líderes e os empreendedores que estarão à frente das empresas nas próximas décadas. “Os negócios são o principal motivo desse curso”, diz Salim. O maior dilema das companhias é estar calcificada num modelo de negócios do qual não conseguem escapar. “As evoluções tecnológicas mudarão a maneira como o mundo funciona e os negócios serão impactados”, afirma Salim. “Daí a importância de haver gente capaz de acompanhar essas transformações.” Apesar do nome, a Singularity é uma escola que oferece cursos de verão de dez semanas para universitários e também ministra um curso de nove dias para CEOs. O nome da escola deriva do livro The Singularity Is Near (em português, “A singularidade está próxima”), do futurólogo americano Ray Kurzweil, cofundador da instituição. No Brasil, a instituição formou uma parceria com a Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), que selecionará um de seus alunos para fazer o curso em julho.
(Revista Você S/A, 06/04/2010 - Conheça a escola americana que quer formar gente para enfrentar os desafios mais complexos do mundo Murilo Ohl)
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