Penso que aprender e ensinar é, antes de qualquer coisa, uma relação humana de duas vias. E como tal merece toda a atenção. Enquanto ensinamos, temos realmente a oportunidade de aprender. Mas, aprender o quê se há a crença de ter muito mais conhecimento que o nosso aprendiz? O que, venhamos não é de todo uma mentira. É esperado e exigido de quem ensina, no mínimo, ter conhecimentos suficientes a serem transmitidos àquele que aprende. Mesmo assim, aprendemos com o nosso aprendiz questões que não são encontradas nos livros. São questões ligadas mais ao sensorial, ao emocional e ao afetivo, onde há a descoberta e redescoberta das duas partes da diferenciação crucial entre o escutar e o ouvir, entre o olhar e o enxergar. Aprender e Ensinar não são faculdades estanques, e há que se conscientizar que são partes de um longo processo sem limites, e que a cada horizonte chegado há sempre outro à espera, e aí está a graça da relação. Quando houver trocas sem a preocupação com os títulos, mas com buscas incansáveis do novo, sem medo do desconhecido e com o reconhecimento humilde de que aquele que aprende ao mesmo tempo ensina e aquele que ensina também aprende, estimulando as duas vias numa busca de possibilidades para a transformação do conhecimento em saber. Saber este que nos faz sentir vivos e prontos a nos relacionarmos conosco e com o outro.
(Clipping 14.04.2010 - Portal Aprendiz, 13/04/2010 - Maria do Carmo Marques de Barros Torres)
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