Uma fratura, catapora, pneumonia e dias e dias em casa ou internado em um hospital. Em situações em que os afastamentos da escola não são previstos, que na maior parte das vezes ocorre por problemas de saúde, os pais têm papel fundamental e devem recorrer à instituição para que o aluno não seja prejudicado com a perda de conteúdos e provas. O estabelecimento de ensino, por outro lado, deve oferecer programas de auxílio a esses estudantes, para evitar defasagens. “Nem sempre o estudante tem essa noção. Há casos em que ele é prejudicado pela negligência da família, que não procura esse programa”, afirma o diretor do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, Paulo Billó. Segundo ele, a instituição não tem registros de reprovação ou abandono do ano letivo por consequência de afastamento. Os alunos do Barão do Rio Branco, assim como de todos os colégios da rede estadual do Paraná, são auxiliados pelo Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh), com representantes em vários hospitais do estado. Se o caso não for de internamento, os professores vão até a casa do estudante. De maio de 2007, quando foi criado, até o fim do ano passado, cerca de seis mil alunos foram atendidos em hospitais pelo Sareh, que conta com uma pedagoga hospitalar e três professores em todas as disciplinas. “Queremos manter o interesse do aluno pelo estudo. O acompanhamento é organizado entre pais e pedagoga, com tarefas propostas pela escola”, diz a chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Educação, Cinthya Menezes. Escolas particulares - Não há uma legislação que obrigue as escolas particulares a terem um programa de apoio aos estudantes afastados, segundo o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR). “Mas a escola que não tem deve cuidar de cada caso, pois todas elas têm a obrigação de dar condições para que o aluno continue estudando e seja aprovado.” No Colégio Santa Teresinha do Menino Jesus cada caso é avaliado para determinar o que será feito para o aluno. A escola oferece, sem custo extra, atendimento domiciliar e em hospital, e, neste último caso, segue normas da Secretaria de Estado da Saúde. “Além disso, tudo o que é trabalhado em sala de aula pode ser encontrado no portal de internet da escola, assim como indicações de fontes de pesquisa. O conteúdo também pode ser levado pela própria família e há atividades de contraturno, para casos simples”, diz a diretora pedagógica, a Irmã Lúcia Mangolim. Ela explica que, se ainda houver defasagem, é oferecida assistência pedagógica extra. Recuperação - O acompanhamento é benéfico não só para manter o aprendizado em dia, mas também para elevar a autoestima dos estudantes. O educador Claudio Teixeira, coordenador de Educação e Cultura do Hospital Pequeno Príncipe, afirma que, apesar de não haver pesquisas científicas que comprovem a eficácia, percebe-se um retorno altamente positivo das próprias crianças, dos pais e da equipe médica, que sentem os bons efeitos na recuperação. “A adesão e reação ao tratamento são muito melhores entre os pacientes que continuam estudando. Enquanto os profissionais da saúde cuidam da doença, cuidamos da parte saudável, sempre dentro das possibilidades de cada estudante. Eles mantêm sua autonomia e não perdem o vínculo com o mundo lá fora”, diz. Além do currículo padrão das escolas, a equipe oferece várias atividades extras, como inclusão digital, artes plásticas, leitura, música e língua estrangeira.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
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