Uma pesquisa nacional sobre bullying - agressões físicas ou verbais recorrentes nas escolas - mostrou que a maior parte do problema (21% dos casos) ocorre nas salas de aula, mesmo com os professores presentes. Dos 5.168 alunos de 5.ª a 8.ª séries de escolas públicas e particulares de todas as regiões do País entrevistados, 10% disseram ser vítimas de bullying e 10%, agressores - 3% são ao mesmo tempo vítimas e agressores. O estudo, feito pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats/FIA) para a ONG Plan Brasil, mostrou o despreparo das escolas e dos professores. "As escolas mostraram uma postura passiva para uma violência que acontece no ambiente escolar", afirmou Gisella Lorenzi, coordenadora da pesquisa. "Em outros países, o lugar preferencial de agressões é o pátio, onde costuma haver mais alunos e menos supervisão", disse Cléo Fante, pesquisadora da Plan, especialista em bullying. Segundo o estudo, 7,9% das agressões são feitas no pátio, 5,3% nos corredores e 1,8% nos portões da escola. A socióloga Miriam Abramovay, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), diz que o resultado demonstra que o estudante não se importa com a supervisão de um adulto, pois há uma banalização da violência nas escolas. "Essas agressões não são vistas como uma violência", diz. "Em geral, os professores dizem que é brincadeira. Falta um olhar perspicaz para perceber os conflitos." A pesquisa indicou também que 28% dos estudantes foram vítimas de algum tipo de violência dentro da escola no último ano e mais de 70% deles presenciaram agressões. Quando se trata de agressões recorrentes, os meninos sofrem mais que as meninas: 12,5% deles se disseram vítimas, mas o número cai para 7,6% entre as garotas. O Sudeste é a região com mais vítimas de bullying - 15,5% - e o Nordeste, com a menor ocorrência (5,4%). Rendimento. A principal consequência do bullying para a vida escolar é semelhante tanto para agredidos quanto para os agressores. A perda de "concentração" e "entusiasmo" pelo colégio foram as consequências mais citadas pelos dois lados (16,5% das vítimas e 13,3% dos agressores). "A violência na escola impede a plena realização do potencial das crianças", afirmou Moacyr Bittencourt, presidente da Plan Brasil. Outros dados são que 37% dos entrevistados disseram que "às medo no ambiente escolar e 13% afirmaram que nunca se sentem acolhidos. E, com a internet, insultos e ameaças via rede passaram a fazer parte da realidade dos alunos. PARA ENTENDER - 1. O que é bullying? É qualquer tipo de agressão física ou moral entre pares (como colegas), que ocorre repetidas vezes nas escolas. A pesquisa considerou ao menos três vezes ao ano. 2. Qual a motivação para o bullying? Não há motivos concretos. Dicas para enfrentar o problema: Medo da escola - Uma criança que demonstre desconforto físico ou tristeza antes de ir para escola ou não queira participar de festas de colegas de colégio pode ser uma vítima. Procure conversar com seu filho e com representantes da escola. Novos comportamentos - Crianças que tenham mudança brusca de comportamento - eram falantes e tornam-se quietas, por exemplo - também podem estar sofrendo bullying. Pais devem ficar atentos ainda a comportamentos agressivos Atenção e conversa - "Vítimas" e "agressores" precisam igualmente de atenção. Muitas vezes o comportamento agressivo tem motivações de insegurança e medo. O melhor caminho é mediar uma conversa franca entre os dois lados.
(Clipping 15.04.2010 - O Estado de São Paulo, 15/04/2010 - São Paulo SP - Sociedade. Estudo com 5.168 alunos de 5ª a 8ª série mostra que 17% são vítimas ou agressores; fenômeno se alastra pela internet - Luciana Alvarez)
(Clipping 15.04.2010 - O Estado de São Paulo, 15/04/2010 - São Paulo SP - Sociedade. Estudo com 5.168 alunos de 5ª a 8ª série mostra que 17% são vítimas ou agressores; fenômeno se alastra pela internet - Luciana Alvarez)
2 Comentários:
Minha filha, tem 9 anos, foi vítima de BULLYING na escola pelos colegas, a professora conseguiu contornar a situação,só que tem uma funcionária da escola que continua precionando psicologicamente a minha, filha. Isso é considerado BULLYING ? Já falei com ela,e ela disse se arrepender do que fez, mas continua a mesma situação. Minha filha chora muito na escola, e não quer nem ver a tal "CIDA".
ISA , a mãe.
Um aluno de 16 anos levou uma chinelada da vice- diretora em uma aula de Ed. Artística pois estavam fazendo um trabalho de arborização isto é considerado bullying? Quais os procedimentos a serem feitos?
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